Pode isso, Arnaldo?

eu queria entender o seguinte mistério: quando estávamos juntos, você não era nem de longe o cara que eu queria pro resto da minha vida. Nem perto. Havia certos aspectos da sua personalidade que me irritavam e que eu não queria, definitivamente, na educação de nossos [possíveis] futuros filhos.

Mas eram aspectos que, para o que nós tínhamos, me cabia muito bem. Verdade é essa. Era conveniente. E eu adorava que fosse somente conveniente. E eu achava que vivíamos bem. A gente vivia bem. E você parecia bem, sossegado, satisfeito. E a gente dizia, saudades. Você me disse: te adoro. E eu não me assustei. Eu tava calma. Eu também estava bem.

Se a gente não podia se ver hoje. Tudo bem. Eu podia te esperar amanhã. Você não me causava aquela ansiedade. Se você demorava a responder a minha mensagem. Tudo bem. Eu esperava e não morria por isso. Era perfeito que eu não te amava, que eu não estava apaixonada, que você era uma boa companhia, que você me tratava bem, que você era gentil, carinhoso e presente.

E eu não me sentia presa. Eu não tinha obrigações e quando eu tinha a oportunidade de ficar com alguém, e eu não ficava, aquilo só significava que eu não precisava de mais ninguém, além de mim. Eu estava plena.

Mas foi você partir, e de repente, não mais que de repente, você é tudo que eu sempre quis. Melhor dizendo, o que a gente tinha, é tudo que eu sempre quis. A liberdade, a companhia. Os filmes, as conversas. A intimidade.  Foi quando eu senti que você não era mais meu, que eu comecei a me importar. E não parei desde então.

Eu poderia enumerar um milhão de coisas que eu sinto falta. E tá tão recente...e o nosso beijo combinava tanto. Eu não sei ao certo o que ocorreu e isso me mata. To catando pedacinhos do meu coração, e eu posso jurar que alguns eu não vou encontrar.

Eu não queria ser ninguém para você. Eu não tinha qualquer pretensão de que você fosse alguém para mim...

Então me explica, porque faz tanta falta....

2 comentários:

Anônimo disse...

É só ir pro Divã...marca pra mim tb.
Tamo junto amiga...

Lia Nandhe

donluidi disse...

O coração de uma vida pautada por paixões e amores sempre chegará ao final da jornada com algumas partes à menos, mas, também com grandes histórias para contar.