Gato por lebre

Então, eu arrumei esse novo trabalho. E num dos primeiros dias de treinamento, e o vi. Lindo. Seu par de óculos que lhe combinam tão bem. Seus cabelos bagunçados. Seu andar de quem não estava nem ai.
Ele passou por mim e sorriu. Deve ter pensado que eu era uma de suas alunas. E eu fiquei tão atordoada que nem consegui sorrir de volta. Quando o sorriso finalmente se fez em meu rosto, ele já havia se virado e partido.
E assim, os dias se passaram. Eu o via de longe conversando com os outros professores. Ele só me cumprimentava. E eu me derretia.
Eis que um dia, a diretora me chamou para conversar sobre algo que nem me lembro mais. E quando cheguei à sala dela, lá estava ele sentado com aquele charme que envolvia por completo o ambiente.
Sentei no sofá. Arrumava meu cabelo devagar, me questionando se eu ainda exalava o meu perfume. Ficamos conversando os três. O sotaque maranhense dele era música pros meus ouvidos.
Eu saí dali planejando nosso casamento. As flores seriam brancas. Nossos filhos seriam lindos. Nossa lua de mel na Argentina... Amor, paixão, nós dois velhinhos sentados na varanda de uma casa de praia...

Aí... poizé, tem um ! Dois dias depois disso, todos os professores foram intimados a participar de um treinamento para uma nova tecnologia que estavam colocando no curso. Como seria em outra filial, combinei de ir com outro professor que tinha entrado na mesma época que eu.
Conversa vai, conversa vem, ele solta:
Ele: “pow, a professora fulana tava me contando que o Diogo tá super triste e tal...”
Eu: “triste por que?”
Ele: “ah, parece que ele tinha um relacionamento lá em Minas, onde ele morava...
Eu pensei: OPA! Tinha do verbo não tem mais! Acabou, bjotchau, a fila anda!
mas não tava dando muito certo...ai parece que ontem ele terminou
Nunca vi tanta felicidade caber num único segundo...
com o namoradO...
...e acabar tão rápido.
Eu imediatamente fiz: AHN?
É, ele tinha esse namorado...
O resto pra mim foi blábláblá... adeus, casamento, flores brancas, filhos, argentina, varanda...
O cara era perfeito, tão perfeito que era gay... Quando finalmente chegamos no curso, eu sentei bem longe dele. Ele me viu e sorriu. E eu nem sorri de volta. Tava ali me sentindo enganada...quase um estelionato!
E quando eu falo que eu sou azarada, cagada de urubu, vocês me acham dramática...

3 comentários:

Anônimo disse...

Esperava tudo, menos um namoradO UHAUHAAAUHAUHAUUHAUHAUHAH
Proconnnn nele!

Lia Nandhe disse...

uahauahuahuahuahau
Fica assim não Dora, tenho a impressão de que nowadays, isso acontecerá mtas e mtas vezes...
Cadê os homi?!
Ps: quando vc falou dos óculos e cabelos bagunçados até eu quase me apaixonei. Ainda bem q li o post inteiro.

Anônimo disse...

Infelizmente homem e perfeito são duas palavras que se excluem mutuamete...tinha que ter algum "probleminha"...