Empezar


tudo que é início me assusta. Desconfio de tudo. Quero revirar os verbos e os predicados, encontrar sujeitos ocultos. É uma diligência. Quero ter certeza de tudo, controle de tudo. Eu tenho medo de sofrer. Mas apesar disso, eu acho que sofro bem. Espero tanto por esse sofrimento que quando ele chega é quase um alívio. Sou uma pessimista incorrigível, esperando sempre pelo próximo acontecimento que dará vazão ao que penso do mundo: nada nunca dará certo e se deu, nunca será por tempo suficiente para que eu vença essa ideia e aceite a felicidade.

Estou fadada.