hoje minhas margaridas morreram. E não é como se minha mãe não tivesse me avisado.
"Filha, essas flores não vêm com raiz. Não duram muito"
Mas eu a alimentei como se ela fosse para sempre. Reguei. Tirei suas folhas mais velhas e a coloquei num canto privilegiado pelo sol da manhã. Assisti todos dias mais flores sucumbirem. Pétalas e pétalas caídas no chão da sala me informavam a passagem do tempo.
Vê-la morrer pouco a pouco não me preparou tão bem quanto eu esperava para a sua ausência.
Tive vontade de criar um jardim nesse apartamento apertado para suprir minha necessidade de que as coisas durem mais. Como se eu pudesse vencer a qualidade que habita todos nós seres vivos: perecemos. Morremos.
E contraditoriamente, tudo que fazemos advém de uma teimosa necessidade em ser pra sempre.