Sobre

tenho certeza de que minha primeira palavra não foi nem papai, nem mamãe: foi quando. Minha relação de amor e ódio com o tempo é notória. Me incomodam os atrasos, me irritam os adiantamentos. Me interessa o tempo certo que não chega. O tempo certo que eu desconheço a duração e o horário.

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tenho observado o burburinho a respeito do fim do mundo. Todos querem saber o que faríamos se o mundo fosse realmente acabar. Eu tenho achado isso um desperdício de tempo quer o mundo acabe ou não. Se acabar, e não houver nada depois, para onde eu levo a satisfação ou a frustração do que fiz ou deixei de fazer? E se houver algo depois, para que fazer tudo correndo?

3 comentários:

Cris Medeiros disse...

Realmente, taí uma questão que não me faz pensar, se o mundo vai acabar. Primeiro que não acredito nisso, então não tem como me preocupar com algo que não creio que vá acontecer. E se acontecer não tenho nada a fazer a respeito...rs

Beijocas

AquilesMarchel disse...

e se nao houver algo depois

o tempo é nosso inimigo ou amigo?

eu treparia sem camisinha o dia todo se soubesse que o jundo acabaria

Rodrigo disse...

Poética (Vinícius de Moraes)

"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando."

Imagino que esse poema tenha, de alguma forma, te ajudado a pensar isso que você escreveu.