Procura-se um dom.

existe uma escritora em potencial dentro mim extremamente travessa e sarcástica. Agora ela deu para me dar as melhores ideias de textos quando estou no banho. Estou lá, cuidando da minha higiene diária e lá vem a ideia, mais fluída e livre que bolha de sabão. E as frases se formam uma atrás da outra. As coisas fazem um sentido incrível. Eu declamo aquele texto com o prazer de orgasmos múltiplos para, em seguida, esquecê-lo por completo. "como era mesmo aquela frase de efeito?" "E aquele desencadeamento de ideias tão genial?" Foram embora junto com a água suja de um dia inteiro de trabalho e andanças.

Sento em frente ao computador desolada e seca. Nada sai de mim que não o silêncio cruel de quem acha que perdeu o dom [aonde foi que guardei o bendito?]. 

Em tempo: Ao escrever o título desse post, tive a intenção de escrever "procura-se um dom" e escrevi procura-se um "dor". Danada essa escritora que mora dentro de mim.


Um comentário:

Samuel Medina (Nerito Samedi) disse...

Mas é assim mesmo. Já perdi ônibus pra não perder um poema. Hoje em dia procuro repetir as frases inúmeras vezes para que elas não se percam. Mesmo assim, algumas delas simplesmente fogem...